quarta-feira, 30 de março de 2016

CIGANOS E SUAS DANÇAS

Romanês

 A palavra “romanês” (em português) ou “romani”, descreve tanto a dança quanto a língua do povo Rom, que envolve vários subgrupos e países. A música e o figurino determinam o local específico da dança romani. Mas em comum a todas é a “dança no pé”, ou seja, o enfoque estará no trabalho dos pés, enquanto as mãos são mais suaves e menos marcadas do que na dança espanhola, por exemplo.


Romênia

Chamados de “çigani”, a maioria dos ciganos romenos atualmente são sedentários, não mantendo muito contato com os nômades e são falantes do idioma romeno, com pouco conhecimento do romani. A música e a dança são fortemente influenciadas pelas músicas turcas, leste europeias e folclóricas romenas, e há distinção da dança entre as dos nômades e dos sedentários, além de características regionais (na linha territorial com a Hungria é dança é praticamente a mesma nos dois países). No sul da Romênia, onde há muita influência oriental, dança-se também o Manele (ou Manea). No norte da Romênia e na Hungria costuma-se dançar também a Çingerica, que é uma dança de casal com movimentos de pés muito rápidos e estalar de dedos. Normalmente é dançada com as roupas do cotidiano (saia não muito rodada e normalmente florida e avental por cima dela).


Hungria

A Hungria é o quarto país com maior população cigana do mundo. Eles começaram a chegar por volta do século XIV, fornecendo mão de obra barata e trabalho como escultores e ferreiros. Nessa época recebiam muitos privilégios graças aos reis Sigismundo e Mathias. Entretanto, no século XVIII sob o poder de Maria Teresa, os ciganos começaram a sofrer opressões, e foi a música e a dança que mantiveram vivo seu legado. Hoje se têm dois estilos de música cigana no país: o folclórico rural, que antes era quase exclusivo da sociedade cigana, e a “música de restaurante”, tocada para os turistas por pequenas orquestras ciganas compostas de um vocalista, violinos, baixo e címbalo, com os integrantes vestidos a caráter como forma de complementar o entretenimento. A dança cigana húngara é caracterizada pela rapidez dos passos (dos pés), estalos de dedos e movimentos controlados de saia. Os homens fazem movimentos bem soltos e muito trabalho complexo de pés e percussão corporal. As roupas utilizadas são “comportadas”, com cores neutras e pastéis. É comum o uso de lenço na cabeça e sapatos.


Rússia

Outro dos países onde a cultura cigana é mais expressiva. A dança cigana russa tem muita influência do balé russo, no que diz respeito ao espetáculo, imagem, drama e encenação. É uma dança onde tudo é exagerado (saias bem rodas, movimentos grandes e espalhafatosos) e, na maioria das vezes, alegre. As mãos são mais precisas mas sem muitos movimentos de punho.


Croácia

Desde o século XIV os ciganos habitam o território da República da Croácia – os primeiros registros datam de 1362 e 1373, em Dubrovnick e Zagreb, respectivamente. Eles formam a minoria da população croata, e dentre eles há diferentes grupos falando diferentes dialetos e ocupando diversas regiões do país. Na música predominam o violão, violoncelo, címbalo, violino, tuba e trombone. A dança cigana croata é bastante simples e descontraída, com gestos que expressivos e interpretativos. As roupas geralmente consistem em saia estampada. Blusa lisa, lenço na cintura e flor no cabelo. Para os homens, camisa, colete e chapéu.


Bálcãs

Pelo fato de a Península Balcânica ser formada por vários países, todos obviamente muito próximos, existe mais de uma dança cigana bálcã, assim como danças folclóricas de mesmo nome podem ser dançadas de forma diferente entre um país e outro – e o contrário também acontece. Uma das danças bálcãs mais populares é o Čoček (o nome designa tanto o gênero musical quanto a própria dança), influenciado pelas bandas militares otomanas, resultando em uma grande variedade de ritmos e sub-estilos. É dançado pelos iugoslavos, turcos, albanos e, especialmente, pelos ciganos da Macedônia e do sul da Sérvia – danças muito parecidas são encontradas também na Bulgária e Romênia – sendo comumente executado em festividades familiares e informais, acompanhado musicalmente de uma ou mais mulheres cantando e tocando pandeiro. A música Čoček é provavelmente uma das mais animadas nos Bálcãs atualmente, com grande diversidade de instrumentos como violino, clarinete, cobza (alaúde), acordeom, pandeiro e bateria. Percussões de mãos são muito populares também. A dança Čoček pode ser realizada em roda ou como um solo improvisado, permitindo expressão da criatividade e emoções. Por ser de origem oriental, usam-se muitos movimentos de quadril (sutis) e shimmies de ombro. Essa dança se caracteriza pelos movimentos pequenos, finos e reservados, como se a dançarina estivesse 23 dançando “dentro de suas roupas”. Já a dança masculina é enérgica e dinâmica, com saltos e percussões no corpo. Tanto os homens quanto as mulheres tendem a segurar as mãos e braços em cima e usam ombros e estalar de dedos, e em roda se mantém o movimento de pés. Nessa dança não se usa saia, e sim calças bufantes com muito brilho e moedas. É tipicamente dançado no compasso 9/8 - como na Turquia, considerando sua origem turca. Os Rom que vivem nas regiões da antiga Iugoslávia desenvolveram uma variante que é praticada nos compassos 4/4 e 7/8.

Outra dança bálcã muito popular – e parecida com o Čoček, porém com mais sensualidade e movimentos mais rápidos e soltos – é o Manele. Historicamente, foi muito dançado entre os turcos e gregos ricos e na periferia de Bucareste (Romênia). Atualmente é mais dançado em áreas rurais e localidades mais pobres, na Bulgária, Albânia e parte europeia da Turquia, tanto por homens quanto por mulheres. Nessa dança utilizam-se muitos movimentos pélvicos – como na dança turca – e tremidos contidos. Com relação ao figurino, é mais colorido do que o da dança húngara, podendo-se usar ou não avental, lenço de cabeça (pode até ser o mesmo da dança turca), saia com pouca roda ou calça.

A terceira das danças bálcãs mais populares é o Kolo, dança folclórica praticada por pessoas da Bósnia-Herzegovina, Croácia, Macedônia, Montenegro e Sérvia. “Kolo” significa coletivo, sendo assim é dançado em linha e pode ser improvisado por um casal ou um pequeno grupo. É muito popular em cerimônias sociais, culturais e religiosas, onde homens e mulheres dançam juntos, embora algumas danças demandem somente homens e outras somente mulheres. O Kolo pode ser espontâneo ou organizado, folclórico ou popular, com músicas sempre muito rápidas e total trabalho de pés. As mãos costumam ficar nos ombros das pessoas ao lado ou nas próprias costas (os homens podem deixar as mãos nos bolsos).


 Turquia

Os ciganos turcos provêm da época do Império Bizantino, e de acordo com registros habitam a região da Anatólia desde o século IX, onde teriam chegado vindos da Pérsia. Com a expansão do Império Otomano, eles se fixaram na Rumélia (termo histórico que designa a Península Balcânica), como artistas populares para o povo e a corte. Hoje, há oficialmente 500.000 ciganos vivendo na Turquia, porém estima-se de 2 a 2.5 milhões vivendo em quase todas as regiões do país, especialmente em Ankara, Istambul e Edima. Ainda hoje muitos músicos turcos famosos são ciganos, por serem naturalmente talentosos, convivendo com a música em suas casas desde quando nascem. Seu legado musical é transmitido de geração a geração, sendo a música um fator de extrema importância para a representação e a preservação de suas tradições. A dança cigana turca é muito profunda e forte. Dançada no compasso de 9/8 (também conhecido como Roman), os acentos são enfatizados pela pelve com bastante precisão. As mãos executam gestos que expressam a vida cotidiana, contam uma estória ou mesmo traduzem a música, além de exibir força (punhos cerrados). Costuma-se utilizar saia com pouca roda (normalmente com renda), lenço no quadril e na cabeça e blusa simples e fechada. É possível também utilizar outros figurinos, de acordo com a proposta da dança (saia, calça larga, figurino de dança do ventre, etc.).


Egito 

De origem turca, o grupo Nawar, dentre tantos outros, chegou ao Egito. Considerados ciganos, os Nawar são os ascendentes das chamadas ghawazee, mulheres artistas que sustentavam suas famílias através da dança, e que, como a grande maioria dos ciganos, viviam às margens da sociedade. Os primeiros registros das ghawazee (singular ghazeeye e masculino ghazee) datam do século XIII, e as referências começam a aumentar a partir de 1798 com a primeira expedição de Napoleão ao Egito, quando ele e seus homens encontraram essas mulheres na beira do rio Nilo, muito diferentes da população local (de maioria muçulmana). Com as invasões aumentou o interesse do ocidente no Egito, e as ghawazee foram ficando cada vez mais conhecidas, apesar de consideradas escandalosas, exóticas e expostas. Tanto que Napoleão instituiu uma lei mandava decapitar qualquer mulher que fosse vista se “exibindo” na rua, pois acreditava que elas estivessem distraindo seu exército. Com isso, mais de 500 mulheres foram mortas. A dança das ghawazee é mais “largada” do que a dança do ventre, embora haja muito em comum. A base da dança está nos pés, demonstrando grande ligação com a terra, típica de costumes tribais, e o trabalho de quadril é vigoroso e constante. Utiliza-se bastão ou snujs (que são tocados o tempo todo). O traje normalmente é baseado na Turquia, com calça pantalona e casaco mais longo por cima. Também é utilizado vestido com franjas ou túnica de veludo. Pode-se também usar lenço na cabeça e a barriga normalmente é coberta. A música é considerada orgânica, com instrumentos como mizmar, rebalo, tabla e tar. Os homens não dançam, mas são os músicos do grupo.


Índia

Padmashri Rishi foi o pioneiro em estabelecer a ligação dos ciganos com a Índia, e segundo ele esse povo descende de antigas classes guerreiras do noroeste do país, especialmente de Punjab (no estado do Rajastão). Sendo essa região o mais provável ponto de partida dos ciganos, pressupõe-se que a dança deste local seja a dança cigana “mãe”, e de fato são encontrados nela muitos aspectos que estão presentes em outras danças ciganas, embora com algumas diferenças, como gestos, marcação de pés e giros de mãos. As ciganas indianas costumam utilizar no cotidiano bata, saia e lenço na cabeça, sendo que algumas costumam cobrir a cabeça e o rosto – daí vem o movimento da dança de cobrir o rosto. E para a dança kalbélia normalmente utilizar a mesma roupa de danças folclóricas do Rajastão, embora atualmente a roupa preta seja bastante utilizada (graças à dançarina Gulabo Sapera). A kalbélia também é conhecida como a dança da serpente, pois os gestos buscam mimetizar os movimentos deste animal. É realizada pela comunidade homônima, proveniente do deserto - possivelmente ciganos - e da casta Sapera (que significa serpente; “sap” em romanês), os famosos encantadores de serpente. Essa dança caracteriza-se pelo ritmo rápido, giros, deslocamentos amplos, movimentos de quadril, acrobacias, gestos de braços e mãos imitando os movimentos das serpentes. E quanto mais flexibilidade melhor, pois o objetivo é mostrar que o corpo da dançarina pode ser tão flexível quanto o réptil. Homens não danças kalbélia, mas dançam banjara, que é similar, porém sem acrobacias e também pode ser realizada por casais.


Fonte: https://www.academia.edu/11529609/Dança_Cigana_Do_Flamenco_ao_Balé_Clássico



terça-feira, 29 de março de 2016

MESA REAL DO BARALHO CIGANO

Mesa Real
O método  completo e abrangente utilizado no baralho Petit Lenormand. Essa abertura nos dá uma visão geral da vida da pessoa que está sendo consultada.
Nessa jogada é possível ter a visão de várias áreas da vida do consulente como a saúde (verificar a posição da carta 3 – Mar), o amor (verificar a posição da carta 24 – O Coração), a parte profissional e estudos (verificar a posição da carta 26 - Livro), as finanças (verificar a posição da carta 34 – Os Peixes), etc.
Para montar a jogada da Mesa Real é necessário utilizar as 36 lâminas do baralho Lenormand e, por ser uma jogada bem abrangente, as previsões feitas nessa jogada duram em média de 3 a 6 meses. Refazer essa jogada em um tempo inferior a 3 meses não é necessário e, caso o consulente tem outras questões nesse período, faça outras jogadas menores e mais específicas com a questão levantada.

A Mesa Real pode ser montada de várias maneiras pois cada cartomante adapta as jogadas com a sua intuição e com seus mentores espirituais. As duas formas mais utilizadas são a de 9 colunas por 4 linhas e a de 8 colunas por 4 linhas e na base mais uma linha de 4 cartas e é essa que iremos demonstrar a seguir.



Assim que terminar de abrir as cartas verifique a primeira carta do jogo (Carta “A”) que é a tônica do jogo, a energia que reina no momento na vida do consulente. É a razão das questões do consulente e nos ajuda a ter uma primeira visão da pessoa. As cartas nas outras 3 pontas da Mesa Real nos (Cartas “B”) apoiam e complementam a tônica do jogo (Carta “A”) e, com uma visão das 4 cartas já temos uma visão inicial e ja podemos “sentir” o resto do jogo.




O próximo passo é localizar o consulente na Mesa Real, ele é representado pelo Homem (Carta 28) ou pela Dama (Carta 29). É a partir da localização do consulente na mesa que se começa a leitura. Verificam-se as cartas que rodeiam a carta do consulente e temos a energia, o que o rodeia, como lida com a vida, etc.
Quando localizamos o consulente também localizamos as cartas “chave” do baralho como as cartas do relacionamento, do amor, da área profissional, etc e lemos, não só o posicionamento de cada uma em relação ao consulente, como também as outras cartas que as rodeiam, como fizemos com a carta do consulente.




A localização da carta do consulente na Mesa Real também é muito importante, é a localização da carta que nos mostra como ele enfrenta a vida, seu passado, presente e futuro. Veja o significado de algumas localizações:
Posição 1 – Consulente localizado na primeira linha
Domínio da própria vida, no comando das situações.
Posição 2 – Consulente localizado na primeira coluna
O que importa é o futuro, o que vem pela frente, tem muitos projetos, sonhos e objetivos a conquistar.
O passado importa pouco ou quase nada no dia a dia e nas suas metas futuras.
Posição 3 – Consulente localizado na última linha
Literalmente está carregando o todo o peso nos ombros. Vida pesada, pensamentos que atormentam corpo, alma e mente cansados e pesados.
Posição 4 – Consulente localizado na última coluna
Coisas mal resolvidas no passado. Preso em situações que ficaram para trás, arrependimentos e pensamentos nas coisas que já passaram.
Grande dificuldade de visualizar o futuro, criar novos objetivos e tecer planos a médio e longo prazo.


Agora que já localizamos o consulente na mesa temos as cartas que representam o passado, o presente e o futuro, veja:
Passado – Esquerda do consulente
Presente – Coluna do consulente
Futuro – Direita do consulente
De maneira mais abrangente temos:
Posição 1 – Presente, pensamentos do consulente
Posição 2 – Futuro imediato
Posição 3 – Futuro
Posição 4 – Futuro distante
Posição 5 – Presente, situação atual
Posição 6 – Passado distante
Posição 7 – Passado
Posição 8 – Passado recente


Para finalizar o jogo cruzamos as cartas para termos confirmação do que foi lido e, muitas vezes, uma informação adicional. Para fazer esse cruzamento temos que levar em consideração a posição de cada carta na Mesa Real.
Veja como o jogo deve ser montado e depois desmontado no cruzamento das lâminas, basta seguir a seqüência numérica da forma mostrada abaixo:




Cada nova jogada de 4 cartas trás uma confirmação da Mesa Real ou uma nova mensagem para o consulente, veja como montar cada uma das jogadas:
Jogada 1
Carta 1 com carta 36 na primeira linha
Carta 2 com carta 35 na segunda linha
Jogada 2
Carta 3 com carta 34 na primeira linha
Carta 4 com carta 33 na segunda linha
Jogada 3
Carta 5 com carta 32 na primeira linha
Carta 6 com carta 31 na segunda linha
Jogada 4
Carta 7 com carta 30 na primeira linha
Carta 8 com carta 29 na segunda linha
Jogada 5
Carta 9 com carta 28 na primeira linha
Carta 10 com carta 27 na segunda linha
Jogada 6
Carta 11 com carta 26 na primeira linha
Carta 12 com carta 25 na segunda linha
Jogada 7
Carta 13 com carta 24 na primeira linha
Carta 14 com carta 23 na segunda linha
Jogada 8
Carta 15 com carta 22 na primeira linha
Carta 16 com carta 21 na segunda linha
Jogada 9
Carta 17 com carta 20 na primeira linha
Carta 18 com carta 29 na segunda linha

Fonte: http://linhadasaguas.com.br/mesa-real-baralho-cigano/



Violino Cigano

Violino Cigano

Cigano Vladimir

Era moreno-claro, de olhos e cabelos pretos.

SUAS ROUPAS

Wladimir usava roupas diferentes, conforme a fase da lua.

O detalhe constante nessas roupas é que a calça era sempre da mesma cor do colete de veludo que ele vestia por cima da blusa.

Na Lua cheia ele usava blusão vermelho com colete e calça azul-turquesa; na Lua crescente, blusão branco, colete e calça brancos rebordados com fios de prata;

na Lua nova, blusão azul-turquesa, colete e calça vermelhos rebordados com pedras coloridas; e,

na Lua minguante, blusão branco de mangas compridas, colete e calça marrons e uma faixa branca na cintura.

Em todas as fases da Lua ele usava na cintura uma faixa branca, na qual trazia o seu punhal de prata.

SEUS ADEREÇOS
O lenço que Wladimir usava na cabeça era de cores diferentes, conforme a fase da Lua.
Era azul na Lua cheia, branco no quarto crescente e vermelho na Lua nova.

Na orelha esquerda ele trazia uma argola de ouro e, no pescoço, um cordão de ouro com um medalhão antigo de seu clã.

SUA MAGIA
O Cigano Wladimir aprendeu a tocar violino com seis anos de idade.

Hoje, quando chega à Terra como espírito,pede logo o seu violino e começa a tocar antigas músicas eslavas.

Um detalhe importante: quem tem esse Cigano na aura não precisa saber tocar violino, pois, ao chegar, ele traz a essência da música.

Esse é o mistério de Wladimir.

Retirado do livro “Ciganos do Passado, Espíritos do Presente – Ana da Cigana Natasha- PALLAS EDTORA

Querida Professora de Dança: Samra Sanches

Querida Professora de Dança: Samra Sanches