terça-feira, 18 de junho de 2013

GRUPOS CIGANOS

Grupos Ciganos

Rom ou Roma

Predominantes nos países balcânicos, principalmente na Romênia, falam romani, a mais conhecida das línguas ciganas, e são o grupo mais estudado pelos pesquisadores. São divididos em subgrupos: kalderash, matchuaia, curcira, entre outros. Consideram-se os “ciganos autênticos”.

Sinti

Também chamados de manouch, são mais numerosos na Itália, no sul da França e na Alemanha. Falam a lingua sintó, para alguns pesquisadores, uma variação do romani. Não há estudos que apontem a presença significativa desse grupo no Brasil.

Calon ou Kalé

Conhecidos por “ciganos ibéricos”, já que viviam na Espanha e em Portugal antes de se espalhar pelo resto da Europa e da América do Sul. São os criadores do flamenco e responsáveis pela popularização da figura da dançarina cigana. Falam a língua caló e são o grupo mais numeroso do Brasil.



Entendendo a diferença entre os clãs ciganos
Por Nicolas Ramanush

Embora hoje, ciganos que moram em diversas partes do mundo, usem autodenominações diferentes para as sociedades oriundas dos clãs, tais como
Sinte, Calon, Manoush, Calderash, Lovara, Machuaia, Xoraxane etc. Todos nós reconhecemos uma origem comum e identidade básica no que chamamos de Rroma. Criando desta feita uma dicotomia com os não ciganos.

A autodenominação do clã que eu faço parte, por exemplo, Sinte é usada por membros de um clã de ciganos, cujo maior número ainda mora na Alemanha. Conseqüentemente, a denominação dada por membros de outros clãs ao cigano que vive na Alemanha é Sinte. Mas é importante esclarecer que existem sub-clãs do Sinte: o Sinte Piemontekari (os que vivem no norte da Itália) e o Sinte Valshtike ( os que vivem ao sul da França).

Portanto, Rrom é a autodenominação que a maioria dos ciganos utilizam no mundo quando querem se rotular em condições étnicas. Etimologicamente, a autodenominação Rrom está vinculada com o nome Dom que por metaplasmo passou a ter este som Rrom. Hoje, numerosos indivíduos da casta indiana jati, espalham-se ao redor do norte da Índia e são rotulados de Dom.

Rrom (Dom) é um termo muito antigo. O Dom já aparecia em registros do " Sádhanamálá " (século oito). Naquele momento, o rei dos Dom, Heruka regeu um dos pequenos reinos indianos. (Antigamente havia um número enorme de reinos pequenos na Índia). Em pesquisas recentes ainda encontramos ruínas de lugares com nomes como " Domdigarh ".
Durante a dinastia Gupta nossos mais remotos antepassados perderam o poder e posição, ou seja, perderam o estado étnico original e tornaram-se uma casta indiana. E é obvio que os vencedores consideraram esses que eles derrotaram como inferiores.

Os antepassados dos Dom pertenceram à população pré ariana da Índia que eles habitaram antes dos arianos invadirem a Índia em 1500 AC. Naquele momento, o Dom não usava ainda o termo Dom para se autodenominar , mas o termo caracterizava o tipo físico, a cultura e a religião.

Onde e quando nossos antepassados partiram da Índia realizando o grande êxodo ainda é uma pergunta em aberto. O cigano e estudioso da nossa origem Dr Ian Hancock, professor em Universidade de Texas em Austin, E.U.A., defende que nossos antepassados lutaram contra guerreiros árabes que conquistaram a Índia do oitavo para o décimo primeiro século. O pior destes invasores foi Muhammad Ghaznavi (11º século), que invadiu e saqueou a Índia vinte e uma vezes. E foi justamente naquele momento que nossos antepassados deixaram em um grande êxodo a Índia. Na opinião de Hancock, nossos antepassados eram uma população misturada composta de " Rajputs " (uma casta alta de guerreiros) e os Dom. E isso se torna provável, pois é indiscutível que os exércitos precisavam de músicos como também de ferreiros e negociantes que poderiam adquirir bestas de fardo - cavalos e bois. E essas profissões eram praticadas pelos membros da casta de Dom.

Bem, este texto foi elaborado para lançar um pouco de luz na Questão Cigana, pois vez por outra ouvimos um membro de determinado clã dizer que ele sim é o verdadeiro cigano e que o outro já não é por esse ou aquele item. Contudo isso decorre do fato de que a maioria dos rroms (ciganos) traz de forma atávica aquela segregação oriunda das diferenças de casta e infelizmente acaba por mantê-las com relação aos clãs. Segue abaixo uma síntese sobre os diversos clãs e sub clãs já catalogados.


Ambrelara, o termo designa um sub clã Rrom de ciganos nascidos na Eslováquia que sobreviviam e alguns ainda sobrevivem do conserto de guarda-chuva;

Asurara, assim se autodenominou o sub clã Rrom de ciganos que chegou à Eslováquia e se apresentou aos ciganos de lá como fabricantes e vendedores de jóias, anéis, pulseiras e brincos.

Aurari, originalmente um sub clã Rrom de ciganos da Romênia que vivia de trabalhar o ouro. Hoje em dia a maioria é fabricante de artefatos de madeira.

Mechkara ou Ursari, um sub clã Rrom de ciganos da Romênia que viviam do adestramento de ursos para apresentações públicas e em circos.

Balanara, um sub clã Rrom de ciganos da Eslováquia que vivia da fabricação de cochos e colheres de madeira.

Bergitska, sub clã Rrom de ciganos que por tradição habitam as bordas polonês - eslovacas da região montanhosa. Eles falam um dialeto que é compartilhado entre os ciganos Eslovacos e Sérvios desenvolveram as profissões de músicos e ferreiros.

Bohémiens, um sub clã Sinte de ciganos originários da República Tcheca que foram habitar regiões da França.

Bosha, sub clã Rrom de ciganos originários da Armênia.

Burgenland, um sub clã Sinte de ciganos originários da Áustria sendo a grande maioria da profissão de ferreiros e músicos.

Romungro, um sub clã Rrom de ciganos, como o próprio nome já denuncia, nascidos na Hungria ( Rrom + Húngaro)

Calderash um sub clã Rrom originário da Romênia e como o próprio nome em romeno indica “caldare” significa caldeirão. Eles ainda vivem como fabricantes e consertadores de caldeirões, panelas, tachos etc. Hoje a maioria vive espalhada pela Europa e Américas.


Calê, um grande clã Kalon de ciganos originários da Espanha, sul da França e Finlândia e Catalunha. Eles falam o Calé um para-Romani misturado com o espanhol. As principais profissões são as de músico, dançarino e criadores adestradores de cavalos.

Chuxni um sub clã Rrom de ciganos originários da Rússia, cuja profissão principal era a de fabricante de peneira.

Druckara um sub clã Rrom de ciganos originários da Eslováquia e como o nome em eslovaco já denuncia (significa tronco de árvore) ganhavam a vida grudados em troncos das árvores colhendo e vendendo avelãs.

Djambaza um sub clã Rrom de ciganos que viviam do comércio de cavalos nas regiões dos Bálcãs e da Turquia.

Djugí uma casta de ciganos que ainda vive na Índia e o nome em sânscrito significa “santo” porque na realidade abdicam de uma vida normal para viverem rezando todos os dias. E para isso recebem em troca ajuda do povo tal qual mendigos.

Estrekarja um sub clã Sinte de ciganos originários da Áustria.

Fandari um sub clã Rrom de ciganos da Rússia que exerceram atividades militares.

Gharbilband um sub clã Rrom de ciganos que pertenceu a casta homônima da Índia que vivia da fabricação e comercio de peneiras. E ao chegar à Europa fixaram-se na Romênia e Hungria.

Ghurbat-Lovara um sub clã Rrom encontrado em quase toda região balcânica que tornaram-se os melhores negociantes de cavalos. Hoje em dia a maioria encontra-se dispersa por Europa e Américas.

Labanci um sub clã Rrom já completamente extinto que serviu como oficiais do exército de Hapsburg imperial usados por kuruz húngaro rebelde (os participantes na insurreição feudal). Eram originalmente membros do clã Bergitska.

Lombardos um sub clã Sinte ciganos originários da Lombardia que deram início ao trabalho como circenses. Foi com este clã que membros de outros clãs originaram os ciganos do clã Boyashas artistas circenses.

Manush um sub clã Sinte ciganos cuja maioria atualmente vive ao sul da França. Também autodenominado de Sinte-Valshtike.

Piemontakeri um sub clã Sinte cigano cuja maioria atualmente vive ao norte da Itália. Também autodenominado de Sinte-Piemontekari .

Patavara um sub clã Rrom de ciganos que perambula por todo o leste europeu e como o nome em Romani já denuncia (significa trapo) Eles ainda hoje recolhem roupas velhas para depois revendê-las.

Seliyeri um sub clã Rrom de ciganos originários do Irã que ainda hoje vive da fabricação e comércio de caldeirões e pentes.

Servika um sub clã Rrom de ciganos que são dessa forma denominados por serem oriundos da Sérvia. Mas também autodenominados Machuaia porque oriundos de cidade da Sérvia com o mesmo nome.

Sinte um grande clã Sinte ciganos originário do norte da Alemanha que ainda hoje são encontrados na Áustria, Republica Tcheca, Eslovênia e diversos outros paises do leste europeu e também autodenominados Sinte- gachekanes.

Xoraxane (a pronuncia é rrorarranê) um sub clã Rrom de ciganos que passaram a professar a religião islâmica.

FONTE http://www.embaixadacigana.com.br/cultura_identidade.htm#clas#ixzz186dvBbWp

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Violino Cigano

Violino Cigano

Cigano Vladimir

Era moreno-claro, de olhos e cabelos pretos.

SUAS ROUPAS

Wladimir usava roupas diferentes, conforme a fase da lua.

O detalhe constante nessas roupas é que a calça era sempre da mesma cor do colete de veludo que ele vestia por cima da blusa.

Na Lua cheia ele usava blusão vermelho com colete e calça azul-turquesa; na Lua crescente, blusão branco, colete e calça brancos rebordados com fios de prata;

na Lua nova, blusão azul-turquesa, colete e calça vermelhos rebordados com pedras coloridas; e,

na Lua minguante, blusão branco de mangas compridas, colete e calça marrons e uma faixa branca na cintura.

Em todas as fases da Lua ele usava na cintura uma faixa branca, na qual trazia o seu punhal de prata.

SEUS ADEREÇOS
O lenço que Wladimir usava na cabeça era de cores diferentes, conforme a fase da Lua.
Era azul na Lua cheia, branco no quarto crescente e vermelho na Lua nova.

Na orelha esquerda ele trazia uma argola de ouro e, no pescoço, um cordão de ouro com um medalhão antigo de seu clã.

SUA MAGIA
O Cigano Wladimir aprendeu a tocar violino com seis anos de idade.

Hoje, quando chega à Terra como espírito,pede logo o seu violino e começa a tocar antigas músicas eslavas.

Um detalhe importante: quem tem esse Cigano na aura não precisa saber tocar violino, pois, ao chegar, ele traz a essência da música.

Esse é o mistério de Wladimir.

Retirado do livro “Ciganos do Passado, Espíritos do Presente – Ana da Cigana Natasha- PALLAS EDTORA

Querida Professora de Dança: Samra Sanches

Querida Professora de Dança: Samra Sanches